CREA GO

Acessibilidade é tema de parceria entre Crea-GO e CEDD-GO.

Fonte: Coordenadoria de Publicidade e Imprensa

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) fechou parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CEDD-GO). A reunião realizada na sede da Autarquia,  contou com a participação do presidente do CEDD-GO, Audier Gomes, e dos assessores institucionais do Crea-GO, Roger Barcellos (Parcerias e Convênios),  Alysson Pierre Almeida da Silva (Parcerias e Convênios) e Maria do Socorro de Almeida (Entidades de Classe). “Nós temos que pensar na acessibilidade como um pilar dentro da execução de obras do serviço de Engenharia”, afirmou Roger.

O objetivo da parceria  é intensificar as capacitações e o apoio aos profissionais e empresas do setor da construção civil para que sigam as normas de acessibilidade em projetos e obras, em especial as discriminadas na NBR 9050. “A missão do Crea é instigar os municípios e o próprio Estado a ter sensibilidade com relação à acessibilidade nas obras, pensando na pessoa com deficiência. Porque o problema é que a pessoa faz uma obra, pensa depois e o gasto de alterar é alto”, explica Barcellos.

A falta de acessibilidade é um dos entraves enfrentados por  Audier Gomes. O presidente do CEDD-GO  é cego e sente na pele a dificuldade de caminhar  nas ruas e edificações devido a falta de espaços e áreas acessíveis. “Quando eu começo a andar pelos pisos táteis das calçadas eu fico muito preocupado. Tem calçadas que tem um desnível substancial, você não consegue passar uma cadeira de rodas. Uma senhora com carrinho de bebê também não consegue passar, tem que ir para a rua para depois voltar para a calçada”, conta. Ainda segundo Audier, a parceria com o Crea-GO é importante para conscientizar a população. “Queremos sensibilizar as pessoas sobre as dificuldades enfrentadas por quem precisa de vias acessíveis”, revela.

Além das calçadas, outro ponto abordado foi a acessibilidade nas edificações, como explica a assessora institucional do Crea-GO, eng. civ. Maria do Socorro de Almeida. “As construtoras e incorporadoras disponibilizam apartamentos acessíveis apenas para quem compra na planta. Quando o cidadão compra já construído e precisa de acessibilidade o imóvel precisa ser reformado para ser adaptado”, explica a engenheira.

Outro ponto abordado no encontro e que servirá de pauta para o trabalho de conscientização entre a Autarquia e o CEDD-GO foi a empregabilidade da pessoa com deficiência. De acordo com o assessor II da Assessoria de Parcerias e Convênios do Crea-GO, Alysson Pierre Almeida da Silva, quanto mais o assunto for debatido, mais mão de obra será contratada. “A partir do momento que você está abrindo uma vaga de trabalho não é nenhum favor dar uma oportunidade para uma pessoa com deficiência”, destacou.

WhatsApp Image 2024-03-13 at 15.47.48.jpeg

Além da dificuldade de mobilidade, o presidente do CEDD-GO também já sofreu constrangimento quando procurou uma agência bancária. Segundo Audier Gomes, o banco exigiu que ele tivesse um procurador que respondesse por ele durante a abertura de conta. “A minha cegueira não me torna incapaz de tomar decisões. Preferi trocar o banco. É importante lembrar que não são os deficientes que tem que se adaptar às empresas. Não é a deficiência que se adapta, mas o serviço de atendimento”, afirmou o presidente.

A acessibilidade é tema de duas normas da ABNT referentes à construção civil. A NBR 9050 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos) e a NBR 16537 (Acessibilidade — Sinalização tátil no piso — Diretrizes para elaboração de projetos e instalação) regulamentam como devem ser os espaços públicos e privados para garantir a cada cidadão, com ou sem mobilidade reduzida, a liberdade de se locomover.