GE – Por Lucas Espogeiro e Priscilla Basilio — Rio de Janeiro
Acabou a espera. A Superliga Feminina começa nesta quarta-feira (16) para a felicidade dos fãs de vôlei. Com a competição, chega um novo ciclo, recheado de medalhistas olímpicas, contratações estrangeiras e estreantes que podem surpreender. Neste guia, você confere as novidades, detalhes sobre as equipes e o que esperar da temporada 2024/2025, com as análises dos comentaristas Marco Freitas e Fabi Alvim.
Formato da competição
A Superliga de 2024/25 terá um início semelhante ao final da última temporada, com um confronto mineiro.
O vice-campeão de 2023/24, Praia Clube, encara o recém-promovido Mackenzie, às 18h30, no Uberlândia Tênis Clube, com transmissão ao vivo pelo sportv2.
A competição reúne 12 equipes que se enfrentarão durante 22 rodadas, em turno e returno, pelo sistema de pontos corridos. As oito melhores avançam aos playoffs, enquanto as duas piores campanhas caem para a liga B. As quartas de final e as semifinais serão decididas no formato melhor de três partidas, enquanto a final será disputada em jogo único.
Tem desafio!
A 30ª edição da Superliga chega com uma novidade que pode deixar a competição ainda mais justa e equilibrada. Pela primeira vez, todas as partidas deverão contar com o sistema de desafio. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) garantiu o fornecimento de equipamentos e de manutenção, o que antes era uma responsabilidade dos clubes.
Reinado mineiro?
Conhecida desde a temporada 2018/19, que marcou o início da hegemonia mineira na Superliga Feminina, a rivalidade entre Minas e Praia Clube é praticamente uma certeza em todas as edições. Neste ano, a história não deve ser muito diferente. Minas chega embalado por dois títulos consecutivos conquistados ainda este mês sobre o arquirrival, Praia: a Supercopa e o Campeonato Mineiro.
Atual campeão também da Superliga, o Minas manteve sua espinha dorsal. Com nomes como o da bicampeã olímpica Thaisa e os de Pri Daroit e Kisy, poucos riscos foram assumidos pelo técnico Nicola Negro, também renovado para mais uma temporada. Uma baixa que pode ser sentida é a da líbero Nyeme. Medalhista de bronze em Paris, a atleta anunciou uma pausa indeterminada na carreira. Em seu lugar entra Kika, ex-Pinheiros e Osasco.
A grande aposta no elenco, para auxiliar na inversão do 5×1, é a contratação de Amanda Marques, ex-Brasília e 12ª maior pontuadora da última temporada. A holandesa Celeste Plak, 4ª melhor oposta na Liga das Nações de 2024, também pode ser um dos nomes de destaque da equipe mineira.
Com uma reformulação mais severa, o Praia pode precisar de algum tempo para encontrar o entrosamento necessário em quadra. O reencontro entre a dupla Macris e Carol Gattaz pode ser uma força positiva nesse sentido. Tricampeãs da Superliga pelo Minas, as duas vão precisar se habituar a estar do outro lado da rede.
Uma outra mudança grande no clube foi a saída do técnico Paulo Coco, após sete temporadas, para comandar o Atlanta, na League One Volleyball (LOV), nos Estados Unidos. À frente do Praia desde maio, Marcos Miranda (supervisor da seleção brasileira masculina de vôlei) tem o desafio de afinar a sintonia entre as jogadoras.
– Fico mais reticente com o Praia, porque a ruptura é maior. Teve a mudança de técnico também. Vejo o Minas mais fortalecido por ter feito apenas pequenos retoques – observou Marco Freitas.
Maior pontuadora da temporada passada, com 499 pontos, a ponteira russa Sofya Kuznetsova foi renovada e pode ser um dos trunfos da equipe, ao lado de Natinha, líbero medalhista de bronze em Paris.
Na briga pelas semis
- Osasco, Sesc-Flamengo e Bauru
Opinião unânime entre os comentaristas nesta análise é de que o técnico Luizomar de Moura está apostando forte na temporada 24/25. Com uma das contratações mais badaladas do ano, o Osasco repatriou a campeã olímpica Natália Zilio, há 13 anos fora do clube. Campeão paulista de 2024, o clube também tem as opostas Polina Rahimova e Tifanny como destaques.
– Achei muito interesse a montagem do Osasco. É um time muito ofensivo, apostando na Polina, em uma composição com a Tiffany também, além da volta da Natália, campeã olímpica. Então, é uma equipe que certamente vai estar cercada de expectativa – analisou Fabi.
Com menor orçamento que as equipes mineiras, o Sesc-Flamengo chega com um elenco mais jovem do que na temporada passada. Depois de ter passado pela seleção durante a Liga das Nações, Helena ganha protagonismo no time. Entre as contratações, Lorena (ex-Praia Clube e que defendeu a equipe brasileira na VNL de 2023) e Karina (ex-Sesi-Bauru) podem fazer a diferença em quadra.
Campeã da Superliga 2020/21 pelo Minas, Camila Mesquita chamou a atenção na final do Carioca de vôlei contra o Fluminense, apesar da derrota rubro-negra, e deve garantir uma boa dupla de opostas ao lado de Edinara. Brie O’Reilly e Michelle Pavão seguem firmes para mais um ano com Bernardinho.
“Melhor time desde o início do projeto” para Marco, o Sesi-Bauru pode surpreender. A equipe passou por uma mudança pesada, com a saída de dez atletas e a entrada do técnico Henrique Modenesi no lugar de Marcos Miranda (atualmente no Praia). A oposta medalhista de bronze em Paris, Lorenne Teixeira, e a central medalhista de prata em Tóquio, Bia Correa, são os novos reforços do time ao lado da ponteira venezuelana Roslandy Acosta. Entre as poucas renovações, Dani Lins é o destaque.
Disputa pelos playoffs
Campeão carioca sobre o Flamengo, o Fluminense, pode incomodar os times com maior investimento, na opinião dos comentaristas. A equipe chamou a atenção com a contratação da ponteira dominicana Massiel Matos e de Amanda Campos, na mesma posição.
Publicado em 15/10/2024