LIVRO

Romance inovador trata de tema religioso pouco explorado na literatura.

A ficção é um espaço privilegiado para questionar e explorar o papel da religião na vida humana. Em O cochilo de Deus, a escritora Raïssa Lettiére desafia o leitor a pensar sobre a criação do mundo e a espiritualidade sob diversas óticas e perspectivas. O livro apresenta uma narrativa ao mesmo tempo ousada e reflexiva, que mistura questionamentos existenciais e conflitos humanos, revelando as ambiguidades da vida. Tratar a religiosidade de forma sensível em uma obra ficcional é algo pouco abordado na literatura contemporânea, mas que pode ser potencializado quando temas como a criação da humanidade, o sentido da vida, a existência do mal são presenças sutis em meio a uma narrativa que se entrelaça cheia de enigmas.

Na gênese de O cochilo de Deus, o leitor se depara com uma realidade original: Deus decidiu tirar um cochilo após o sétimo dia da criação da humanidade, e o mundo é deixado em uma espécie de “suspensão divina”. Sob a perspectiva da vida de diferentes personagens, sendo estes intrigantes e multifacetados, o leitor é desafiado a acompanhar a história, compreendendo o impacto dessa ausência divina, ao mesmo tempo que reflete sobre o sentido da vida e os rumos da humanidade em um universo onde a ausência de respostas conclusivas é marcante.

“O livro apresenta uma gênese ficcionalizada e propõe uma possibilidade utópica após o repouso de Deus no sétimo dia da criação, quando a humanidade assume o protagonismo e faz dele o que lhe convier. A partir de várias questões que vêm nos inquietando ao longo dos séculos, a narrativa se desenvolve não em busca de definições ou conceitos, mas oferecendo reflexões e apresentando novas perguntas àquilo para o qual não há resposta. Este é o papel da ficção: resgatar o humano para que a realidade seja suportável!” – Raïssa Lettiére

 

Raissa explica que o livro surgiu de suas próprias inquietações. ” O cochilo de Deus é minha tentativa de expressar minhas perplexidades em um mundo tão desorientado e, ao mesmo tempo, de mostrar como a busca por sentido é universal, independente de dogmas ou tradições”.

Além de tratar de temas espirituais, o romance também aborda questões como individualismo, crise existencial, solidão, acaso, entre outros. Leitores de todas as crenças ou até mesmo os céticos encontrarão na obra uma reflexão profunda e instigante sobre o papel que a espiritualidade desempenha em nossa vida, de forma ficcional e aberta às múltiplas interpretações que a vida, assim como o livro, nos oferece.

Sobre a autora:

Raïssa Lettiére é formada em Letras e Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Publicado em 19/12/2024