OLIMPIADAS PARIS 2024

Piu, Ana Marcela e Caio Bonfim ajustam detalhes com ajuda da biomecânica por medalha em Paris.

Ge – Por Guilherme Roseguini e Marcel Merguizo — São Paulo

Seja no ajuste de um passo, de um salto ou uma braçada, os detalhes são cruciais para chegar a uma medalha olímpica. Três dos brasileiros com mais chances de subir ao pódio olímpico em Paris sabem disso e, nos últimos meses, estão aprimorando os movimentos em busca de um melhor desempenho nos Jogos que começam daqui a um mês.

Caio Bonfim na prova de 20km da marcha atlética no Pan de Santiago — Foto: Miriam Jeske/COB

Na marcha atlética, o balanço tênue dos pés que precisam se mover em velocidade mas não podem sair do chão ao mesmo tempo pode significar maior rapidez ou uma punição.

Franklin de Camargo Júnior faz essa ponte entre teoria e prática. Ele é biomecânico graduado pela USP e analista do COB (Comitê Olímpico do Brasil). Ele diz que os números, as inovações, não servem para nada sem o engajamento dos protagonistas do esporte.

O biomecânico Franklin de Camargo Júnior explica trabalho feito com Caio Bonfim, da marcha atlética — Foto: Marcel Merguizo

– No caso do Caio era um reajuste coordenativo, basicamente controle da coordenação motora. Fomos buscar os limites aceitáveis da flutuação não penalizada. O atleta é parte ativa desse processo. É ele que vai transformar aquilo que está no papel em realidade – diz Franklin.

Ana Marcela Cunha, campeã olímpica em Tóquio 2021 nos 10 km da maratona aquática. Ela passou por cirurgia no ombro em 2022 e percebeu que a braço esquerdo não andava mais com a mesma eficiência. Era pouca a diferença; mesmo assim, Ana mergulhou fundo nas análises. Melhorou amplitude e força em ângulos específicos da braçada. E já nesta temporada, com o ombro ainda melhor do que estava antes da cirurgia, reencontrou o melhor desempenho, em busca do bicampeonato em Paris.

Ana Marcela Cunha fatura o bronze nos 5km das águas abertas no Mundial de Esportes Aquáticos em Doha, no Catar — Foto: Quinn Rooney/Getty Images

– Ela tem uma capacidade propulsiva espetacular. Em pouco tempo, ela já tinha as condições iguais às de antes. Junto com a equipe multidisciplinar conseguimos reestabelecer os resultados. E o detalhe é o que tem feito diferença entre grandes resultados. A diferença entre estar ou não no pódio. A diferença entre ser o primeiro e o segundo – afirma o analista do COB.

Publicado em 27/06/2024