FIEG

NOTA OFICIAL Escalada dos juros dilapida recursos públicos.

Diante da consolidação de cenário amplamente favorável à queda da taxa de juros Selic, reforçada pela deflação de 0,08% observada em junho, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a persistência do Banco Central (BC) na atual política monetária mostra-se contraproducente e contrária aos interesses maiores do País. A preservação dessa política, de resto condenada por todos os setores, não tem mais cabimento.

Essa posição intransigente tem drenado recursos vitais para a economia e para a sociedade em seu conjunto, atingindo setores essenciais para o futuro do País.

Os dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) comprovam o disparate representado pela escalada das despesas com juros, que passaram a consumir praticamente R$ 600,25 bilhões nos 12 meses encerrados em maio deste ano apenas na área federal, crescendo nada menos do que 34,9% em relação aos 12 meses anteriores, num gasto adicional de R$ 155,38 bilhões.

A política de juros está tirando dinheiro que deveria ir para o investimento, para a construção de moradias para os mais pobres, para programas na área da saúde, construção de hospitais e para a infraestrutura.

Numa comparação, as despesas com juros em 12 meses já são 44,5 vezes maiores do que o investimento federal projetado neste ano para obras de infraestrutura, próximo de R$ 13,5 bilhões na estimativa da Inter. B Consultoria.

A Fieg e sua equipe jurídica estudam a possibilidade de propor a abertura de processo na esfera federal contra cada um dos diretores do BC. A ação, ainda a ser formatada, buscará imputar à diretoria da instituição a responsabilidade pelo que a federação entende como dilapidação dos recursos orçamentários, o que colocaria sob risco o próprio equilíbrio fiscal da União.

Em junho, a Fieg, sindicatos patronais da base industrial e sindicatos de trabalhadores assinaram manifesto dando início a uma campanha em defesa da derrubada imediata da taxa Selic, mantida em 13,75% pelo BC já há 12 meses. Os juros, nos níveis atuais, estão matando empregos, matando investimentos e paralisando a economia. Entendemos que passou da hora de o BC mudar sua política e essa mudança tem que ser imediata.

Sandro Mabel, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg)

Publicado em 15/07/2023