LUTO NOTA DE PESAR

Nana Caymmi, uma voz na lembrança, morre aos 84 anos.

Família de Nana Caymmi se despede de cantora em velório; veja as fotos

Marcante nos palcos e na voz, Nana Caymmi, morre aos 84 anos.

A cantora estava internada na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio, há nove meses, após passar por um procedimento de cateterismo, e sofreu uma “overdose de opioides”, conforme informou seu irmão, o músico Danilo Caymmi.

Nana deu entrada na Clínica São José, em Botafogo, Zona Sul do Rio, em agosto do ano passado, diante de um quadro de arritmia cardíaca. Ela passou por cateterismo e traqueostomia, além de uma reposição de glicose.

Dorival Caymmi (sentado) junto aos filhos Dori (em pé), Nana e Danilo

Nascida Dinahir Tostes Caymmi, em 29 de abril de 1941, no Rio de Janeiro, Nana foi a primogênita do casal formando por Dorival Caymmi e pela cantora Stella Maris.

Na escadinha dos filhos, ela foi seguida por Dori em 1943 e por Danilo em 1948. Com os três, Dorival gravou em 1964 o LP dedicado à obra de Tom Jobim “Caymmi visita Tom e leva seus filhos Nana, Dori e Danilo”.

Um dos relacionamentos mais conhecidos foi com o cantor e compositor Gilberto Gil. O breve romance no final dos anos 1960 se transformou numa relação turbulenta nos últimos anos, com a filha de Dorival Caymmi dando declarações polêmicas e grosseiras contra o ex.

Gilberto Gil e Nana Caymmi nos anos 1960

Com Gil, Nana compôs “Bom dia”, canção apresentada no III Festival de Música Brasileira (TV Record), em 1967. No ano seguinte, Nana e Gil estariam separados, mas não antes dela gravar compacto duplo, em que foi acompanhada pelos Mutantes de Rita Lee, cantando “Bom dia”, “Alegria, alegria” (Caetano Veloso), “O cantador” e “O penúltimo cordão” (do irmão Danilo com Caetano e Sergio Fayne).

 Reprodução                                                            Gilberto Gil e Os Mutantes cantam Domingo no Parque no festival de 1967

— Os Mutantes eram jovens, ingênuos e faziam vocais ótimos. Eu vivi a Tropicália de todas as formas, só não a entendia! Ah, e outra coisa que não entendi foi a passeata contra as guitarras elétricas — disse Nana  em 2012, referindo-se à manifestação organizada em São Paulo pelos representantes da MPB contra a jovem guarda, da qual, inclusive, um Gil pré-tropicalista participou. — Ah, mas o Gil foi na conversa da maluca da Elis (Regina). Eu devo ter aproveitado a passeata para vir ao Rio, ir à praia.

Nana Caymmi aos 80 anos: 'Se quiser me cancelar, cancela' - Jornal O Globo

Nana Caymmi foi uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira. Filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Nana iniciou sua carreira nos anos 1960, destacando-se por interpretações emocionantes e um estilo sofisticado.

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Ao longo de mais de seis décadas, lançou álbuns emblemáticos como Bolero e Resposta ao Tempo, e colaborou com nomes como Tom Jobim, Milton Nascimento e Vinicius de Moraes. Sua trajetória foi reconhecida com indicações ao Grammy Latino e homenagens por sua contribuição à cultura brasileira.

Publicado em 02/05/2025