RAUANE ROCHA SAGRES 730
Exercícios físicos impactam positivamente a vida de pacientes oncológicos que fazem tratamento com imunoterapia. A informação faz parte de uma pesquisa inédita realizada no Brasil pelo oncologista Paulo Bergerot, especialista do Grupo Oncoclínicas. O estudo é o primeiro da América Latina que mostra a viabilidade de exercícios físicos supervisionados em pacientes com câncer.
Rubia Lopes, oncologista do Cebrom Oncoclínicas, destacou os benefícios dos exercícios físicos para as pessoas que estão em tratamento de câncer. A médica afirmou que um paciente com câncer pode se exercitar, desde que tenha condições clínicas para realizar a atividade.
“A atividade física melhora o limiar de dor, mantém os músculos ativos e protege contra quedas. De forma geral, melhora a qualidade de vida do ponto-de-vista físico e emocional. No entanto, é importante que essa decisão seja tomada em conjunto com a equipe assistente, para que seja indicado o melhor exercício e sua periodicidade”, explicou Lopes.
Tratamento com imunoterapia
O oncologista Paulo Bergerot aplicou o estudo em pacientes oncológicos que fazem tratamento com imunoterapia, uma novidade que está revolucionando a oncologia clínica. Bergerot contou que a imunoterapia já está aprovada para mais de 18 cenários diferentes dentro da oncologia clínica. Sendo assim, ela é muitas vezes combinada com outros medicamentos, como quimioterapias.
“A imunoterapia é um termo relativamente genérico quando a gente fala da imunoterapia moderna, principalmente essa oncológica. A gente está falando de uma classe de medicamentos que tem como objetivo principal a ativação do nosso sistema imunológico, que tem como objetivo ativar a detecção das células cancerosas que estavam escondidas”, afirmou.
Então, o oncologista avaliou 40 pacientes com variados tipos de câncer que estavam em tratamento com imunoterapia isolada ou combinada com quimioterapia. O primeiro objetivo do autor da pesquisa era observar a viabilidade de adesão dos pacientes e a implantação do projeto numa grande unidade de saúde.
Inatividade física
A prática regular de exercícios físicos melhora a saúde do corpo e da mente. Sendo assim, o oncologista aproveitou para destacar o problema da inatividade física, que pode causar doenças em 500 milhões de pessoas até 2030, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A gente sabe que a inatividade parece ser um novo fator a ser considerado para o surgimento do câncer, ou seja, pessoas sedentárias tendem a ter mais câncer. Isso parece que é um dado novo, mas esse dado na verdade foi publicado pela primeira vez dentro da literatura médica em 1922, a mais de 100 anos atrás, num estudo observacional que foi feito nos Estados Unidos”, alertou.
Publicado em 22/09/2023