ENERGIA SOLAR

Empresas buscam recursos no mercado financeiro para implantar usinas solares.

Usina Fotovoltaica da Mini Solares do Brasil / Hy Brazil

Entre 2021 e 2022, o Brasil dobrou sua oferta de geração de energia solar passando de 4.335 MW e para 8.131 MW.

Só neste ano, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil já conta com uma potência instalada de 6.731 MW. A agência reguladora prevê ainda que o país feche o ano de 2024 com 25 usinas solares em operação, chegando a 108 no próximo ano e a 214 em 2026. 

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil acumula, desde 2012, uma produção que atinge a marca atual de 48.244 MW de energia solar fotovoltaica, o que corresponde a 20,2% da base energética do país. No contexto de um uso cada vez maior dessa energia limpa, Goiás tem destaque especial, uma vez que ocupa o sexto lugar na produção nacional dessa matriz energética, respondendo por 4,8% da geração.

O estado, que possui um grande potencial de geração de energia fotovoltaica, está na rota de grandes investimentos no setor, especialmente após aprovação da Lei 14.300/22, que institui o marco legal da micro e minigeração de energia e concede, até o ano de 2045, benefícios fiscais a  micro e minigeradores de energia solar e a usinas projetadas para atender unidades consumidoras menores como em condomínios residenciais.

Com o início da liberação dos projetos cadastrados na Aneel, empresas do setor buscam recursos no mercado financeiro para suas obras. Foi o que fez, por exemplo, a  Hy Brazil que, em  parceria com a Kinea e assessoria da plataforma de serviços financeiros Vertente Invest, captou mais de R$ 1 bilhão por meio de um fundo de investimento em participações voltado ao setor de infraestrutura, o fundo Kinea Equity Infra I.

Usina Fotovoltáica Mini Solares do Brasil / Hy Brazil

“A Kinea realizou a aquisição de 40% da Mini Solares do Brasil, uma empresa idealizada pela Hy Brazil, que integra o Grupo Mauá, e fortaleceu a busca da empresa pelos recursos no mercado de capitais”, explica Marcelo Estrela, um dos sócios da Vertente Invest, plataforma de serviços financeiros que ajudou na montagem do fundo e nas estratégias de captação de recursos.

Com o capital, a Mini Solares do Brasil fará a implantação e gestão de parques solares distribuídos nos estados de Mato Grosso, Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará. A companhia já tem um pipeline de 276 megawatts-pico (MWp) em desenvolvimento, que potencialmente serão implantados até o final de 2025. Atualmente, são 33,3 MWp concluídos e 62,9 MWp em construção.

Ao entrar em operação, os ativos serão arrendados pela FIT Energia, que atua na gestão de ativos de geração distribuída e hoje é controlada pelo Banco Santander. Até o final deste ano, a FIT Energia quer chegar a ter presença em 20 estados e sustentar seu crescimento com a proposta de oferecer para os consumidores, em média, 15% de desconto em relação ao valor da tarifa da distribuidora de energia. Hoje, a FIT Energia tem capacidade de aproximadamente 500 megawatts de potência e a estimativa é de atender a até 100 mil pessoas em uma primeira etapa.

Mais investimentos

Também visando obras em Goiás, a empresa Vantage Energia já realizou nesse ano a captação de R$ 89 milhões junto ao  mercado de capitais para execução de projetos de energia fotovoltaica e hidráulica. A empresa também opera em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.

“A Vantage tinha uma demanda de recursos para a construção das usinas e a Vertente atuou como advisory no processo de captação de recursos. Para esse caso, a dívida emitida pela companhia foi adquirida por um Fundo de Investimento em Infraestrutura (FIP-IE), que tem como expertise comprar dívidas de empresas que atuam no segmento de energia, transporte, saneamento entre outros segmentos”, explica Cleiton Mendes, sócio da Vertente Invest, que também assessorou a Vantage na estruturação da operação financeira.

Publicado em 03/12/2024

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Patricia Amaral

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