CBF

Ednaldo Rodrigues, do Céu após Ancelotti, ao afastamento! Sarney de vota ao poder.

Ednaldo Rodrigues Foto: Jhony Pinho/AGIF

Lance!

Ednaldo Rodrigues, protagoniza novo escândalo.

O quinto presidente deposto dos sete que na CBF passaram, vivia um dos momentos mais celebrados de sua gestão à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Após meses de negociações frustradas, ele anunciava finalmente a contratação do técnico Carlo Ancelotti para comandar a Seleção Brasileira.

Carlo Ancelotti pode ser o novo treinador da Seleção Brasileira (Josep Lago / AFP)                                  Carlo Ancelotti  vai topar se expor pelo cargo? Foto: Josep Lago / AFP

No entanto, apenas três dias depois, ele seria afastado da presidência por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), mergulhando a entidade em nova crise institucional.

De protagonista da esperada renovação da Seleção Brasileira a presidente afastado em apenas três dias, Ednaldo Rodrigues viu sua posição desmoronar em tempo recorde.

Segundo apurado, nos bastidores, a queda de Ednaldo foi lida como um recuo do ministro Gilmar Mendes, que havia sustentado juridicamente o dirigente desde o início do ano. Ao remeter o processo de volta ao TJ-RJ, o ministro teria sinalizado um distanciamento estratégico do presidente afastado.

A reviravolta surpreendente expôs fissuras políticas, jurídicas e internas na estrutura da CBF.

O estopim veio com a atuação do desembargador Gabriel Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que, contrariando decisão anterior do STF, que havia reconhecido a legalidade da eleição de Ednaldo, acatou argumentos de supostos vícios no acordo firmado por dirigentes em 2022 e homologado pelo Supremo. A decisão também nomeou Fernando Sarney como interventor, ignorando o estatuto da entidade, que prevê que o cargo seja ocupado pelo dirigente mais idoso, o que abriu nova frente de contestação jurídica.

O enfraquecimento de Ednaldo também se fez sentir politicamente. Apesar de reeleito com apoio unânime das Séries A e B e das federações estaduais em março, sua base rapidamente se desfez. Na terça-feira (13), tentou reunir os presidentes das federações em busca de apoio, só que alguns dirigentes não compareceram, o que foi visto como um sinal de rompimento.

Na noite de quinta-feira (15), horas após o afastamento de Ednaldo ser oficializado, 19 das 27 federações estaduais divulgaram um manifesto rompendo publicamente com Ednaldo. Intitulado “Manifesto pela estabilidade, renovação e descentralização do futebol brasileiro”, o documento criticou a centralização da gestão da CBF e defendeu uma nova liderança para o comando da entidade. A frustração com a condução política se sobrepôs até mesmo ao impacto positivo da chegada de Ancelotti.

Ednaldo recorreu ao STF na tentativa de retomar a presidência da CBF. Resta saber como a influência do ex-mandatário da CBF será vista tanto pelo meio político quanto pelo judiciário. E se todo o poder de Ednaldo será suficiente para que ele seja reconduzido ao cargo.

Quem é o eterno Fernando Sarney, interventor da CBF.

Thiago Braga São Paulo (SP)

Nomeado interventor da CBF nesta quinta-feira (15) por decisão da Justiça do Rio de Janeiro, Fernando Sarney é um dos personagens mais longevos e influentes dos bastidores do futebol brasileiro.

Filho do ex-presidente da República José Sarney, ele ocupa, desde 2004, uma das vice-presidências da entidade máxima do futebol nacional, cargo que atravessou gestões, crises e mudanças de comando sem perder sua relevância interna.

Sua trajetória na CBF começou ainda em 1998, como diretor de relações governamentais durante o mandato de Ricardo Teixeira. Desde então, Sarney se manteve presente em todas as administrações seguintes — José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, Rogério Caboclo e, mais recentemente, Ednaldo Rodrigues, consolidando-se como figura de continuidade em um ambiente marcado por turbulências e disputas de poder.

Publicado em 16/05/2025