DEBATE ELEIÇÕES 2024

Debate do Mais Goiás com candidatos à Prefeitura de Goiânia.

Open debates before Vote. Concept with leaders of opposing political parties conducting intense discussion on public debates. Responding on journalists questions during election campaign. Vector illustration

                                        Candidatos à prefeitura de Goiânia no debate do Mais Goiás (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás

debate do Mais Goiás com candidatos à Prefeitura de Goiânia, realizado nesta quinta-feira (19), foi marcado por momentos de propostas, trocas de acusações e tensão, refletindo as principais preocupações dos eleitores da capital.
Dividido em três blocos, o encontro reuniu postulantes ao Paço Municipal, para discussão de temas importantes que vão nortear a gestão dos próximos quatro anos, como educação, saúde, trânsito, IPTU e a crise do lixo. No entanto, o último bloco, com confronto direto entre os candidatos, elevou o tom das discussões.

Apesar da expectativa inicial de participação de todos os candidatos com representação no Congresso, o senador Vanderlan Cardoso (PSD) não compareceu, tendo cancelado sua presença na manhã do debate. Sua ausência foi notada pelos demais concorrentes, que seguiram com o embate sem um dos principais nomes da disputa.

Assista à íntegra:

Debate do Mais Goiás: primeiros blocos têm propostas para educação, saúde e IPTU

Nos dois primeiros blocos, os candidatos responderam a perguntas do mediador e de eleitores, com foco em propostas e soluções para os desafios de Goiânia. Entre os temas centrais, a educação, saúde pública e o cálculo do IPTU receberam destaque.

Sobre a educação, Fred Rodrigues (PL) criticou a infraestrutura das escolas e a gestão atual, dizendo que “não é possível comemorar o primeiro lugar no Ideb quando Goiânia enfrenta problemas estruturais”. Ele prometeu valorizar os professores e melhorar as condições das escolas. O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) rebateu, destacando que sua gestão elevou a cidade ao primeiro lugar no Ideb estadual, o que ele considera um grande avanço.

Adriana Accorsi (PT) defendeu um transporte público mais eficiente e uma gestão inteligente do trânsito, propondo corredores preferenciais e semáforos inteligentes para melhorar o fluxo da cidade, que, segundo ela, “tem um dos trânsitos mais violentos do Brasil”.

Na saúde, Rogério Cruz mencionou a recuperação de 69 centros de saúde e a convocação de médicos. Ele ainda prometeu construir um Hospital Municipal Psiquiátrico. Fred, ao comentar, criticou o afastamento judicial do secretário de Saúde Wilson Pollara, mencionando a necessidade de uma gestão mais técnica para resolver os problemas da área.

Outro tema abordado foi o valor do IPTU, com Matheus Ribeiro (PSDB) afirmando que o cálculo do imposto em Goiânia sofre de um “problema histórico” e propondo celeridade nos pedidos de revisão, além da criação de programas como o IPTU Verde e o IPTU Social. Adriana Accorsi apoiou a avaliação, mas Matheus aproveitou para criticar gestões petistas passadas, dizendo que a questão do IPTU foi mal administrada durante o mandato de Paulo Garcia (PT).

Troca de acusações: “ministro taradão” e crise do lixo

No início do debate, Fred Rodrigues trouxe à tona a polêmica envolvendo o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, referindo-se a ele como “ministro taradão” em alusão a denúncias de assédio sexual que culminaram em sua demissão. Ele criticou Adriana Accorsi (PT) por seu silêncio sobre o caso e acusou a candidata de priorizar o Partido dos Trabalhadores em vez da defesa das mulheres. Adriana, em resposta, defendeu sua trajetória parlamentar e afirmou que sempre esteve na linha de frente da luta pelos direitos das mulheres.

Em outro momento, Matheus Ribeiro atacou o prefeito Rogério Cruz, acusando-o de transformar “a cidade das flores” na “cidade do lixo”. Cruz defendeu sua gestão, destacando que, durante seu mandato, não houve crise de lixo e que uma licitação foi feita para terceirizar a coleta. Matheus ironizou, dizendo que o “próximo primeiro passo” que a população aguarda de Cruz é sua saída do gabinete, caso não seja reeleito. O tucano ainda criticou a proposta do prefeito de construir um “monotrilho voador”, classificando-a como “mirabolante”. Adriana Accorsi também entrou na discussão, prometendo sanear a Comurg, a empresa responsável pela coleta de lixo na cidade.

Último bloco: confronto direto e tensões acirradas

O terceiro bloco, que consistiu em confrontos diretos entre os candidatos, trouxe o clima mais acalorado do debate.

O embate mais intenso foi entre Fred Rodrigues e Sandro Mabel (União Brasil), que trocaram duras críticas. Fred acusou Mabel de ter feito uma ligação ao prefeito Rogério Cruz pedindo para que ele diminuísse as críticas à sua campanha. Rogério Cruz, momentos antes, havia esquivado dessa questão ao ser questionado sobre o mesmo assunto, afirmando que “jogava para ganhar”.

Sandro Mabel, por sua vez, atacou Fred ao mencionar que o adversário teria recebido uma “bolsa-político” após ser cassado na Assembleia Legislativa de Goiás. Fred não deixou barato e rebateu as acusações, afirmando que sempre foi um empreendedor e destacando seu trabalho na empresa familiar. Ele ainda revelou que, antes das convenções, teria sido convidado para ser vice na chapa de Mabel, insinuando incoerência nos ataques.

Esse confronto direto entre Mabel e Fred intensificou as tensões e expôs as rivalidades internas, transformando-se em um dos momentos mais marcantes do debate. Ambos usaram o espaço não só para defender suas propostas, mas também para minar a credibilidade do adversário, evidenciando o quanto a corrida pela prefeitura será disputada.

Publicado em 20/09/2024