Por Redação Ge — São Paulo, SP
A São Silvestre inicia neste ano as comemorações de seu centenário. Criada em 1925, a tradicional corrida da cidade de São Paulo chega em sua 99ª edição em 2024 e com recorde de participantes: são mais de 37 mil inscritos, entre atletas profissionais e amadores. Ao longo do século de idade, a prova foi palco de muitas histórias curiosas e o ge listou algumas delas para você conferir.
Largada em um ano, chegada em outro
Tradicionalmente, a Corrida de São Silvestre encerra o ano do calendário esportivo brasileiro, já que acontece em 31 de dezembro. Hoje, ela é disputada pelas manhãs – este ano ocorrerá a partir das 7h30 (horário de Brasília), com transmissão da TV Globo -, mas ela já foi realizada em outros horários, incluindo à noite.
A São Silvestre foi idealizada pelo jornalista Cásper Líbero. Ele se inspirou em uma corrida noturna que acontecia em Paris, em que os atletas conduziam tochas ao longo do percurso, e tentou criar uma versão brasileira. Por isso, de 1925 até 1988 a São Silvestre foi realizada no período da noite. Em muitas edições, os atletas cruzaram a linha de chegada após a meia-noite, já no ano novo.
De 1989 até 2011, a prova passou a ocorrer no período vespertino, sendo transferida para as manhãs em 2012.
“Lei seca”?
Nos primeiros anos da corrida, os atletas não podiam beber qualquer tipo de líquido durante a prova. Isso significa dizer que eles realizavam todo o percurso sem acesso a água. Vale destacar, porém, que as primeiras edições tinham “apenas” 6,8km, além de serem realizadas à noite. A distância da prova variou nos anos seguintes antes de ser fixada em 15km em 1991. Em 2023, cerca de 500 mil copos de água foram distribuídos na prova.
Carmem Oliveira
Mulheres chegaram com 50 anos de atraso
As mulheres só puderam participar da São Silvestre pela primeira vez em 1975 – considerado o Ano Internacional das Mulheres pela ONU (Organização das Nações Unidas) -, 50 anos depois da primeira edição. Apenas 17 atletas se inscreveram naquela ocasião, com vitória da alemã Christa Vahlesieck. A primeira vitória brasileira ocorreu em 1995, com Carmem Oliveira. Em 2024, cerca de 14.600 mulheres estão inscritas, o que representa 39% do total de participantes.
Entre os estrangeiros, diversas lendas do atletismo mundial já passaram pela São Silvestre. Destaque para o tcheco Emil Zatopek, dono de quatro ouros olímpicos, que venceu a edição de 1953; a portuguesa Rosa Mota, que venceu a corrida por seis vezes seguidas entre 1981 e 1986, dois anos antes de ser campeã olímpica na maratona; e o queniano Paul Tergat, que foi recordista mundial da maratona, dono de cinco vitórias na São Silvestre.
Publicado em 30/12/2024
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