AGRONEGÓCIO

DATAGRO Grãos eleva estimativa da safra 2023/24 de soja do Brasil para 147,9 mi de t.

Rio Grande do Sul, 03 de abril de 2019. No 3º dia a comitiva do AgroBrazil visita o processo de empacotamento de arroz no Engenho Coradini e a vinícola Guatambu em Dom Pedrito. Foto: Wenderson Araujo/Trilux

 

DATAGRO

DATAGRO Grãos, em seu oitavo levantamento sobre a safra 2023/24 de soja do Brasil, confirma o 17º ano consecutivo de incremento da área semeada com a oleaginosa, apesar de a estimativa ter sido reduzida para 45,520 milhões de hectares, ante projeção anterior de 45,530 mi de ha, o que representa um aumento de 1,9% ante a temporada 2022/23. A intenção de plantio, divulgada em julho do ano passado, apontava 45,724 mi de ha – apenas 204 mil ha de diferença com o atual número. 

“Este tem sido um ano totalmente diferente na soja brasileira, com produtores ainda estimulados ao cultivo, mas sem a força dos anos anteriores. Os fatores de estímulo predominaram, mas por conta da queda nos preços e das expectativas de margens mais apertadas, o avanço no plantio foi limitado”, explica Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos 

Apesar do positivo padrão tecnológico, a safra vai fechando com severas perdas na produção, avalia a consultoria. Porém, desde o mês anterior, o avanço da colheita mostrou resultados um pouco melhores, levando a DATAGRO Grãos a revisar para cima a expectativa de produtividade, de 3.214 kg/ha projetados em março, para 3.251 kg/ha – ainda assim, 9,7% inferior aos 3.602 kg/ha do recorde da temporada 2022/23. “E ainda com possíveis novas revisões, conforme a colheita vai chegando ao final”, comenta França Junior.  

Com isso, a expectativa de produção passou de 146,336 milhões de toneladas para 147,963 mi de t. Em caso de confirmação, esse volume ficaria 8,0% aquém da safra recorde colhida em 2022/23, de 160,834 mi de t – ainda assim, a segunda maior da história. 

Milho 

O levantamento de abril da DATAGRO Grãos ratificou a retração na área semeada de milho de verão. A projeção até foi elevada de 4,032 para 4,052 mi de ha – 2,652 mi de ha no Centro-Sul e 1,400 mi de ha no Norte/Nordeste –, 200 mil ha a menos do que o apontado na intenção de plantio, o que representaria uma retração de 10,1% ante a temporada anterior. 

A despeito do bom nível tecnológico, o padrão de clima parcialmente irregular levou o potencial de produção da 1ª safra de milho a ser reduzido de 24,040 mi de t apontadas no mês passado, para 23,991 mi de t – 18,091 mi de t do Centro-Sul e 5,900 mi de t do Norte/Nordeste –, 14,0% inferior à prejudicada safra colhida em 2023, de 27,864 mi de t. 

Para a safra de inverno 2024, a tendência de retração na área praticamente se manteve desde março. “Combinando fraca sinalização para as margens de lucro, com os problemas no plantio da soja”, ressalta França Junior. No total Brasil, a projeção é de 17,217 mi de ha, 7,5% abaixo dos 18,620 mi de ha de 2023 – 14,347 mi de ha do Centro-Sul e 2,870 mi de ha do Norte/Nordeste. 

Considerando os resultados obtidos com o avanço da colheita e o bom comportamento do clima na região central nos primeiros 20 dias de abril, o potencial de produção da 2ª safra foi ajustado, de 90,877 para 91,862 mi de t, 15,4% aquém das 108,595 mi de t da safra de 2023 – 82,862 mi de t do Centro-Sul e 9,000 mi de t do Norte/Nordeste. 

No total das duas safras, o Brasil tem previsão de área para 2023/24 de 21,269 mi de ha, 8,0% abaixo dos 23,126 mi de ha de 2023, e produção potencial agora de 115,853 mi de t, 15,1% inferior à safra de 2022/23, quando foram colhidas 136,459 mi de t. 

Publicado em 30/04/2024