No palco, Lula, em desrespeito à lei eleitoral, também pediu votos para o pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, deputado Guilherme Boulos. A declaração virou alvo de ações na Justiça Eleitoral, apresentadas pelo MDB, partido do atual prefeito, Ricardo Nunes, pelo Novo, da também pré-candidata Marina Helena, e pelo PSDB.
Eliane Cantanhêde afirma que o presidente Lula deu um “péssimo passo” ao convocar o ato com as Centrais Sindicais no 1º de Maio em São Paulo. “Tropeçou na articulação, enfrentou o vexame da falta de gente, descontou o fiasco no ministro Márcio Macedo e atropelou a legislação eleitoral – ou seja, cometeu um crime – ao usar um evento oficial, e ainda por cima com financiamento da Petrobras, para fazer campanha para a candidatura de Guilherme Boulos à Prefeitura da capital”, diz.
Para Fabiano Lana, “Lula segue inconsequente enquanto improvisa”, em tempos em que limitar as expressões virou moda. “Os bajuladores de plantão se apressaram em dizer que Lula apenas exercia sua liberdade de expressão. Ora, se for assim o mesmo valeria para Jair Bolsonaro quando atacou as urnas eletrônicas e nosso sistema eleitoral para uma plateia de embaixadores, em 2022, e por isso perdeu seus diretos políticos? Ou a liberdade de expressão vale para cometer crimes ou não vale”, afirma.
Ricardo Corrêa aponta que o próprio Lula, assim como fez com Boulos agora, começou sua campanha à Presidência bem antes do prazo oficial em 2022. “A diferença é que, na época, costumava repetir, aproveitando a hipocrisia da lei, que ‘não podia pedir votos e nem dizer que era candidato’, querendo dizer, evidentemente, que era. Agora, nem mais essa fantasia quis vestir. Preferiu pagar R$ 25 mil para começar logo a campanha de Boulos”, analisa o colunista, sobre a multa máxima imposta pela Justiça Eleitoral por pedido explícito de votos na pré-campanha.