O cineasta Cacá Diegues faleceu aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Ele deixa sua esposa, a produtora Renata Magalhães, e dois filhos.
Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo, ao lado de Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Leon Hirszman e Joaquim Pedro de Andrade. De sua estreia em um dos episódios do longa Cinco Vezes Favela (1962) até o inédito Deus Ainda é Brasileiro, sua cinematografia é marcada por obras que traduzem a identidade cultural do povo brasileiro.
Ganhou reconhecimento internacional com filmes como Bye Bye Brasil (1980), Quilombo (1984) e Um Trem pras Estrelas (1987), indicados à Palma de Ouro no Festival de Cannes.
“Além de sua atuação como cineasta, produtor e escritor, Cacá Diegues esteve engajado na criação de políticas públicas para o setor audiovisual brasileiro, como a Lei do Audiovisual. No discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, em 2018, o diretor definiu a importância do Cinema Novo, afirmando que o movimento representou a chegada tardia do modernismo ao cinema brasileiro: ‘Era preciso produzir um cinema para a nação, mas também inventar uma nação no cinema’. Esse pensamento marcou profundamente a produção cinematográfica nacional e pode ser encontrado, atualmente, em filmes como “Ainda Estou Aqui” (Walter Salles, 2024).”