Fabio, gari cego da Comurg participa de seminário da UFG e inspira novos formandos em psicologia | Foto: Luciano Magalhães Diniz
Na mesa redonda, composta por profissionais da psicologia, a equipe abordou práticas clínicas e intervenções inclusivas, com foco em pessoas com deficiência visual. Fábio contou que não foi fácil conquistar o diploma de graduado. “Acho que o período mais marcante foi na infância, as dificuldades na escola, porque eu não conseguia enxergar o que a professora escrevia no quadro”, relata.
Os desafios continuaram ao longo do processo de sua formação acadêmica devido às barreiras e limitações da deficiência visual. “Na faculdade, foi mais fácil, mesmo assim muito trabalhoso. Eu gravava as aulas e depois transcrevia para o caderno”, compartilha.
Ele destaca a importância de espaços para que pessoas com deficiência visual possam participar ativamente como atores sociais. “As vivências e oportunidades de trabalho são importantes para que possamos nos motivar ainda mais e buscar crescimento e independência”, explica.
Na prática, ser psicólogo cego é um desafio muito maior do que parece, afirma Fábio. “Pessoas cegas concentram o uso de outros sentidos, como tato, audição, olfato e paladar, que auxiliam na assimilação de informações provenientes dos estímulos externos.”
O servidor cego é um exemplo para muitas pessoas, pois supera desafios e limites da cegueira, formando-se em psicologia e atendendo atualmente cerca de 120 pacientes por mês na Comurg. “A pessoa com deficiência precisa do apoio da família. Minha mãe nunca me viu como coitadinho ou como uma pessoa incapaz, mas como uma pessoa com limitações, mas que poderia ter muitas conquistas”, conclui.
Companhia de Urbanização (Comurg) – Prefeitura de Goiânia
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