Ministério Público

Ministério Publico de Goiás faz operação que resulta em prisão do Secretário Municipal de Saúde

Foto: Guilherme de Andrade/Jornal Opção

Guilherme Andrade – Jornal Opção

Foi preso o secretário de saúde de Goiânia, Wilson Pollara, na Casa do Albergado para ser identificado pela Polícia Penal.

Apesar da prisão de Pollara ter sido decretada junto de outros dois servidores da pasta, o secretário executivo Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo.

Entretanto, Pollara chegou sozinho à unidade da Polícia Penal. A prisão dos três servidores aconteceu no âmbito da Operação Comorbidade, do Ministério Público.

O titular da pasta chegou na parte traseira de uma viatura da Polícia Militar. Pollara chegou à unidade da Polícia Penal por volta das 10h20 desta quarta-feira, 27. O advogado de defesa da Secretaria de Saúde chegou pouco depois.

 

Entenda o caso

Pollara foi preso na manhã desta quarta-feira, 27, em uma operação do Ministério Público de Goiás (MPGO) que investiga crimes de pagamento irregular em contrato administrativo e de associação criminosa no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três investigados.

Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na sede da SMS, nas residências dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Um dos alvos estava em posse de mais de R$20 mil em espécie.

A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Patrimônio Público (GAEPP), aponta para a prática reiterada de crimes por parte dos investigados, como a concessão de vantagens em contratos, ocasionando prejuízo para a administração pública. Foi constatada a existência de pagamentos irregulares, inclusive com preterição da ordem cronológica de exigibilidade.

Crise na Saúde

Conforme apurado, Pollara, Quesede e Bruno deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor, que são responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). A falta de verba fez com que a Fundahc, de acordo com o MP, ficasse com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.

Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar e a restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI – o que já provocou a morte de cinco pessoas em menos de uma semana.

A falta de inúmeros básicos e a interrupção de serviços essenciais, assim como graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais e indícios de irregularidades em diversas contratações, também são um reflexo das práticas criminosas orquestradas na SMS, de acordo com o MP. A situação resultou em violações massivas de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde ainda não se manifestou. As defesas de Pollara, Quesede e Bruno não foram localizadas pela reportagem. O espaço segue aberto.

Publicado em 27/11/2024

 

 

 

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Patricia Amaral

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