Jornal Opção
O PSD tem candidato a prefeito de Goiânia. Será o senador Vanderlan Cardoso. Por sinal, tecnicamente empatado com os deputados federais Adriana Accorsi, do PT, e Gustavo Gayer, do PL, em primeiro lugar. (O instituto Opção Pesquisas o aponta em terceiro lugar, mas colado no segundo, Gustavo Gayer, e não muito distante de Adriana Accorsi, a primeira colocada.)
Mas e se? Historiadores não apreciam com o “se”, em especial quando se trata de examinar fatos pretéritos. Mas, no caso de Goiânia, o “se” tem a ver com o futuro — futuro imediato, digamos.
Diz-se que Vanderlan Cardoso está “isolado”, sem apoio de grandes partidos e lideranças. Trata-se de um fato. Mas, ainda assim, ele permanece entre os primeiros colocados. Outro fato, portanto.
Então, como é que um pré-candidato consistente, que tem chance de ser eleito prefeito de Goiânia, pode retirar sua candidatura? Difícil, muito difícil. Mas não impossível, palavra que inexiste no vocabulário da política.
Primeira proposta: Goiânia por Canedo
Conta-se, nos gabinetes da Assembleia Legislativa e até nos escritórios de empresários dos mais requestados, que Vanderlan Cardoso teria feito uma proposta para um prócer do governo estadual. Ele retiraria sua pré-candidatura em Goiânia — hipotecando apoio ao pré-candidato da base governista, Sandro Mabel, do União Brasil — e em troca o prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo, do União Brasil, sairia do páreo. A empresária Izaura Cardoso, do PSD, mulher de Vanderlan Cardoso, se tornaria a postulante da base no município vizinho de Goiânia.
A troca de Goiânia por Senador Canedo não teria sido aceita. Porque o governo já firmou compromisso de apoiar Fernando Pellozo, que apoiou Ronaldo Caiado na disputa eleitoral de 2022.
A hora e a vez de Vilmar Rocha
Feita a ressalva, avancemos um pouco mais. Se Vanderlan Cardoso sair do páreo em Goiânia, possivelmente em julho, como ficará a posição do PSD? O que se comenta-se é que, fechado um acordão, que abarque 2024 e 2026, o PSD lançará o vice de Sandro Mabel.
Mas qual vice? Como se sabe, parte substancial do PSD já está apoiando a postulação de Sandro Mabel. O presidente da Codego, o ex-deputado federal Francisco Júnior, é um dos mais entusiastas dos defensores do pré-candidato do União Brasil. Ao mesmo tempo, é um dos líderes mais fortes do PSD na capital. O político mais ligado ao ex-deputado federal Vilmar Rocha, Wesley Borges, já está fechado com Sandro Mabel. Murillo Marques lidera a juventude do PSD para apoiar o ungido pelo governador Ronaldo Caiado.
Então, se parte do PSD já está com Sandro Mabel, ficará mais fácil compor com ele. Mas Quem seria o vice? O nome mais cotado é o do ex-deputado Vilmar Rocha.
Por que Vilmar Rocha? Por uma série de motivos.
Primeiro, é um político respeitado, com uma história de seriedade incontestável. Segundo, é experiente e, como deputado federal por vários mandatos e secretário de Estado, ganhou status de gestor.
Terceiro, sendo professor da Universidade Federal de Goiás, tem apoio das classes médias e de parte do meio intelectual. Quarto, tem discurso articulado, afiado e moderno.
Quinto, tem o apreço do governador Ronaldo Caiado. Sexto, por sua estatura política e moral, confere subtância à postulação de Sandro Mabel.
Sétimo, é ligado ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Oitavo, tem sido leal a Vanderlan Cardoso. Aliados não apoiam o senador para prefeito, mas o ex-parlamentar apoia. (E.F.B.)
Publicado em 17/06/2024