BOCHAPARALIMPICA

Jovem com AME que tinha previsão de viver até os 2 anos é medalha de ouro na bocha e calouro na USP.

Gabriel Serafim ao lado da mãe — Foto: Arquivo Pessoal

Gabriel e a mãe.

Quando Gabriel Serafim ainda era bebê, os pais ouviram dos médicos que o filho dificilmente passaria dos 2 anos de idade. Ele foi diagnosticado com atrofia muscular espinhal (AME), uma doença rara, degenerativa e à época sem nenhum medicamento.

Mas com “determinação, persistência e coragem”, usando palavras do pai dele, Luiz Serafim, Gabriel, morador de Valinhos, no interior de São Paulo, superou as previsões da medicina.

Hoje, aos 19 anos, é calouro de letras na Universidade de São Paulo (USP) e atleta paralímpico, ganhador de uma medalha de ouro em competição nacional de bocha.

A trajetória de Gabriel pela vida reúne o apoio da família, uma vontade de viver enorme e a ajuda da ciência. Uma união de fatores que traduz em um jovem autônomo, feliz e que sonha alto com os Jogos Paralímpicos de Los Angeles, em 2028.

Hoje, aos 19 anos, é calouro de letras na Universidade de São Paulo (USP) e atleta paralímpico, ganhador de uma medalha de ouro em competição nacional de bocha.

A trajetória de Gabriel pela vida reúne o apoio da família, uma vontade de viver enorme e a ajuda da ciência. Uma união de fatores que traduz em um jovem autônomo, feliz e que sonha alto com os Jogos Paralímpicos de Los Angeles, em 2028

Gabriel Serafim passou na Fuvest e ganhou ouro na bocha paralímpica — Foto: Arquivo Pessoal

Vida com AME

Gabriel contou que, na infância, ainda não havia medicamento que ajudasse a impedir o avanço da AME.

– Como não tinha nenhum tratamento nessa época, era sempre uma coisa muito mais de acompanhamento. Não tinha muito o que fazer, nem muita expectativa.

Com isso, apesar de todos os esforços da família e dos profissionais da saúde, a doença foi avançando ao longo dos anos e Gabriel foi perdendo o movimento e força das pernas e dos braços.

O horizonte de esperança veio em 2017, com a aprovação do medicamento Spinraza, o primeiro no Brasil para AME. Aos 12 anos, Gabriel começou a tomar o remédio, que era aplicado na coluna em um centro cirúrgico a cada quatro meses.

Três anos depois, um novo medicamento com o mesmo efeito, o Risdiplam, entrou no mercado, agora via oral de uso contínuo. Gabriel explicou que esses remédios fizeram o corpo dele produzir uma proteína que substitui a ausente no corpo dele por conta da doença.

Segundo o jovem, os dois medicamentos deram a ele qualidade de vida. Mais do que impedir o avanço da doença, Gabriel percebeu que retomou a força e alguns movimentos nos membros.

– Desde que comecei, eu não tenho mais nenhuma perda, não perdi mais nenhum movimento, não perdi força de nada. Estabilizou completamente.

– Eu comecei a conseguir fazer algumas coisas que eu antes não fazia, escrever um pouco melhor, por mais tempo, aguentar ficar mais tempo sentado, umas coisas assim deram uma melhorada”, contou.

Publicado em o4062024

Sobre o autor

Administrador