CORONEL VIEIROS

Terrorismo.

Terrorismo é, na prática, o uso de violência de forma sistemática com o objetivo de desorganizar a sociedade, desestabilizar governos e enfraquecer estados.

Criado o caos, o crime passa a ter liberdade de atuação, tornando-se a única forma de poder, até que os terroristas assumam o governo de fato, tornando a nação uma espécie de bunker para o crime internacional. O terrorismo apropria-se de um país para ampliar seus objetivos e ter um território livre para suas ações.

O Brasil vive hoje uma dura realidade em que facções criminosas dominam territórios inteiros, criam consórcios de atuações conjuntas para reforçar suas presenças nacionais, agem com violência contra autoridades e pessoas comuns, ameaçam as estruturas de governo, infiltram nas administrações públicas para corromper o sistema e extravasam suas ações para o plano internacional, não só no tráfico de drogas e armas, mas na violência armada, já que há uma séria suspeita do envolvimento de grupos criminosos nacionais com o terrorismo internacional.

Por tudo isto, os Americanos estiveram aqui recentemente para, em conjunto com o governo do Brasil, classificar o Primeiro Comando da Capital, o PCC e o Comando Vermelho, o CV, como grupos terroristas. Esta medida não é apenas retórica ou burocrática. Seus efeitos práticos vão desde o bloqueio de bens dos envolvidos, até a atuação de forças americanas em território nacional, em conjunto com as forças locais para combater estes grupos. Além disto, há a transferência de tecnologia e recursos para combate ao crime. Mas o governo Brasileiro declinou. Não concordou que PCC E CV sejam grupos terroristas.

O governo brasileiro se baseou na lei 13260/2016 que diz: “o terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”. O argumento do governo não cola. Não bastasse o fato de que 10 entre 10 brasileiros sabem que nossas leis penais são frouxas, a lei pode e deve ser mudada de acordo com a necessidade de um combate mais eficaz ao crime.

Sejamos francos, caro leitor, mas nossos grupos criminosos provocam terror ou não? Ameaçam ou não estruturas e agentes públicos que combatem o crime? Agem livremente ameaçando, matando, roubando e extorquindo em todo o território nacional? Se a classificação como grupo terrorista facilitará e trará recursos para o combate ao crime no país, qual o motivo de o governo não querer isto? Só há duas respostas possiveis: leniência ou conivência. E ambos os motivos são suficientes para afastar do cargo aqueles que os praticam. Fato é que o crime, direta ou indiretamente  já governa este país.

RAPIDINHA: Trump consultou o governo brasileiro sobre classificação do PCC e CV como terroristas por respeito e diplomacia. Na prática, ele não precisa autorização para fazer aquilo que a lei Americana autoriza. Daí que, já se percebe a presença americana na região da chamada tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Isto tem acendido uma luz amarela no governo brasileiro. O mundo todo sabe da facilidade de relações estabelecida por Milei e Trump. E o Brasil teme uma invasão de território. Mas Trump não é bobo. O argumento para estar na fronteira é o combate aos mundialmente conhecidos grupos de financiamento do Hezbolah, estabelecidos na região. Para isto, Trump tem oferecido 10 milhões de dólares por informações consistentes de financiamento do Hezbollah. Vale repetir: 10 milhões de dólares. O governo brasileiro sabe muito bem o que 10 milhões pode comprar. Por muito menos se leva um ministro neste país.

Avelar Lopes de Viveiros – Coronel PM RR                                            Especialista em Segurança Pública

Publicado em 26/05/2025

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Patricia Amaral

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