Aava Santiago. Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção
Redação Jornal Opção
Nisso, os dois partidos parecem concordar. Não à toa a federação está em processo de cisão ao redor do País, com as siglas afoitas para voltarem a caminhar separadas. É preciso reconhecer quando um projeto não vinga, e no caso em questão, ambas as siglas o fizeram.
Agora, os tucanos parecem estar partindo para o “plano B”. Circula nos bastidores que Perillo e a cúpula do PSDB estariam em conversações com outros partidos para um processo de fusão. A informação é corroborada por fonte tucana fidedigna: “Realmente, há conversas com o PDT e o Solidariedade, mas nada muito concreto”.
Com a possibilidade de fusão e o fim do PSDB, para onde vão seus (escassos) astros? Em Goiânia, dois nomes se destacam. Um é o jornalista Matheus Ribeiro, que concorreu ao cargo de prefeito da capital no pleito deste ano. O outro, esse com crescente projeção nacional, é a vereadora Aava Santiago.
Aava foi reeleita para a Câmara Municipal com 10.482 votos – a mulher mais bem votada da história da Casa. A parlamentar tem uma retórica que mistura a persuasão e a contundência de um pastor evangélico com os argumentos fortemente embasados de um líder estudantil. Não é para menos: autointitulada “malocrente” – termo usado até por Caetano Veloso – Aava tem apoio de gregos e troianos em diversas pautas, ganhando admiração tanto da ala evangélica (tida como direitista), como da ala progressista de professores, intelectuais, feministas e líderes trabalhistas.
A tucana sempre foi conclusiva ao ser questionada sobre seu partido, negando qualquer possibilidade de sair dele. No entanto, com a possibilidade de fusão d PSDB, Aava pode não ter escolha. Nos bastidores, a informação é a de que, se concretizada, a fusão dos tucanos seria a oportunidade perfeita para Aava migrar para outra sigla. A dúvida é: para qual?
Mesmo próxima do presidente Lula da Silva (a vereadora é, inclusive, a conselheira particular do chefe do Executivo federal quando o assunto é a ala evangélica), as chances de Aava ir para o PT são praticamente nulas. Primeiro, que a parlamentar perderia o espaço enorme que tem, hoje, no PSDB. Seria mais um peixinho num grande aquário de tubarões. Segundo, que a “malocrente” tem a seu favor o trunfo de defender pautas ligas à esquerda sem que alguém tenha o direito de rotulá-la de “petista”. Ora, uma tucana? Petista? Disparate maior, não há.
Há, sim, a possiblidade de Aava Santiago ficar onde está e ser puxada para a fusão, passando a integrar a ainda não nascida nova sigla. Como também não é improvável que a vereadora reeleita vá para um partido de centro ou centro-esquerda, como PDT ou PSB.
Claro, tudo vai depender do caminhar das conversas para a tal fusão. E se não ocorrer, o mais certo é que Aava siga nas trincheiras tucanas. Em time que está ganhando, não se mexe. (T.P.)
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