Atualmente, o surfe adaptado, voltado para as pessoas com deficiência (PCDs), tem o objetivo de não buscar a perfeição, mas sim a diversão aliada às habilidades e capacidades de cada pessoa, o que o torna, assim, um instrumento de inclusão social e diversidade, deixando, de início, a competitividade em segundo plano. No entanto, está se revelando cada vez mais profissional, sendo uma das modalidades cotadas para estrear nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles em 2028.
A atividade física no surfe é completa, já que trabalha todos os músculos do corpo: membros superiores para remar e ficar em pé na onda; membros inferiores para o indivíduo se manter na onda; e os neurotransmissores, liberados durante os momentos de prazer, que melhoram a saúde mental, diminuem o estresse e aumentam o bem-estar e a sensação de felicidade.
A procura pela versão adaptada vem ganhando maior visibilidade devido à divulgação do esporte em si, com os atletas brasileiros se tornando campeões mundiais e também por ser considerado um esporte olímpico.
A especialista em temas de inclusão e diversidade, Natalie Schonwald, pratica o surfe adaptado há um ano, e tem alcançado resultados significativos. “Minha qualidade de vida se transformou em diversos aspectos positivos, o primeiro foi o psicológico, já que mais uma vez superei um desafio. Por consequência, voltei às sessões de fisioterapia com exercícios focados na categoria e a trabalhar com personal trainer. Nas questões motoras, estou retomando alguns movimentos da mão e o equilíbrio, além do ganho de força, pois nas aulas, a atividade de ajoelhar na prancha ajuda nessa parte. O lado cognitivo também melhorou, inclusive meu sono, e os exercícios físicos proporcionados com a prática do esporte ajudam no aumento da concentração, fazendo com que minhas atividades profissionais rendam mais”, explica Natalie.
Para deslizar sobre as ondas, a profissional utiliza uma prancha de Stand Up, no entanto, com o passar do tempo, existe a possibilidade de trocar o equipamento, para sempre alcançar uma evolução independentemente do tipo de prancha. Ela treina na escola Surfistas Para Sempre, que fica na praia de Pernambuco, no Guarujá, litoral sul de São Paulo, onde também é embaixadora da equipe feminina de surfe adaptado. Dias 22 e 23 de junho, Natalie participará de um festival de surfe adaptado, organizado pelo seu instrutor e fundador da escola, Eduardo da Silveira, que também é professor de educação física. “Além de me divertir muito, espero conseguir pegar algumas ondas, mas principalmente pretendo ter maturidade emocional para saber que poderei ter dificuldades, e que isso não quer dizer que fracassei”, conclui Natalie, que tem ótimas expectativas.
Natalie Schonwald
Publicado em 28052024