Estas foram as primeiras palavras pronunciadas há 125 anos – em 16 de julho de 1899 – pelo padre Roberto Landell de Moura através do tubo de um estranho e engenhoso aparelho criado por ele.
O momento culminante do evento, cuidadosamente planejado e bem organizado pelo talentoso pároco da Capela Santa Cruz, no bairro de Santana, zona norte da cidade de São Paulo, paralisou por um instante o seleto grupo de convidados que se reunia em uma sala de aula do Colégio das Irmãs de São José, atual Elite Rede de Ensino − Santana.
O breve silêncio foi rompido pelos acordes da partitura composta em fá maior por Francisco Manoel da Silva, que saturaram os ares da instituição de ensino. A experiência deixou o privilegiado público atônito.”
Assim Hamilton Almeida, biógrafo do Padre Landell, descreve a primeira transmissão de rádio do mundo, tema desta edição especial de J&Cia, que você ora recebe.
Padre Landell de Moura, patenteou a invenção nos Estados Unidos.
O escritor explica que Landell queria continuar pesquisando. Por isso, ele buscou correr para patentear a descoberta. Ele não tinha recursos da igreja ou público para isso. “Ele solicitou recurso, mas ninguém deu apoio nenhum. Nunca ganhou nenhum dinheiro. Apenas perdeu, na verdade. Ele saiu dos Estados Unidos endividado porque foi para lá com a intenção de ficar um ano (em 1901). Mas acabou ficando três anos e meio”. Para o invento, ele conseguiu dinheiro emprestado com um comerciante de Nova Iorque e ficou devendo uma pequena fortuna que só conseguiu pagar anos depois. A dívida era de US$ 4 mil. “Seria o equivalente a hoje uns R$ 600 mil”.
Além de detalhes dessa cerimônia, ela traz uma linha do tempo sobre a luta pelo reconhecimento do padre Landell de Moura como verdadeiro inventor do rádio − que começou há 15 anos e na qual este J&Cia se engajou desde o início – e depoimentos de mais de 50 apoiadores desse movimento.
Boa leitura!