O bullying é um problema crescente nas escolas de todo o mundo e seus impactos podem ser devastadores para a saúde mental e o desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes. Ações para combater essa prática são urgentes e necessárias para garantir um ambiente seguro e inclusivo. Com o objetivo de promover a conscientização e prevenção, escolas têm investido em projetos e programas que incentivam o respeito, a empatia e a diversidade entre os alunos.
Através de grupos especializados, como o Projeto Help, debates com psicólogos e professores, além de atividades lúdicas, louvor e reflexões bíblicas, os alunos são convidados a descobrir como a presença de Jesus pode trazer tranquilidade e conforto aos seus corações. Durante todo o mês, as Chapels e as aulas de Bíblia são espaços de acolhimento e aprendizado sobre ansiedade, frustração, bullying e depressão, e como encontrar em Deus a força para enfrentar os desafios da vida. “Acreditamos que o legado cristão da nossa escola está profundamente entrelaçado em tudo o que fazemos. Os valores cristãos, como o amor ao próximo, a empatia e o perdão, são fundamentais para formar cidadãos que saibam conviver com as diferenças. Esses princípios não apenas guiam o comportamento dos nossos alunos, mas também permeiam todo o nosso planejamento pedagógico e os programas de mediação de conflitos, criando um ambiente acolhedor e respeitoso para todos”, reforça Phillip.
Além dessas iniciativas, Phillip Murdoch é também autor do livro “Bullying, não!”, lançado há um ano, e que vem sendo trabalhado de forma contínua na escola, especialmente na educação infantil. A obra é uma ferramenta lúdica e educativa que aborda o bullying de maneira acessível às crianças. A história acompanha Henry, um menino da cidade encantada das Luzes, que enfrenta o desafio de lidar com um colega que o faz sentir-se triste por causa do bullying. Com uma narrativa envolvente, o livro ensina os pequenos a identificarem e enfrentarem o bullying, utilizando valores cristãos como empatia, perdão e amor ao próximo. Dessa forma, o conteúdo estimula reflexões importantes desde cedo, promovendo um ambiente mais acolhedor e respeitoso entre os alunos.
De acordo com a psicóloga da escola Camila da Silva, as consequências do bullying vão muito além do ambiente escolar. “O bullying afeta profundamente a autoestima das vítimas, podendo causar ansiedade, depressão, isolamento social e, em casos mais graves, levar a pensamentos suicidas. É essencial que as escolas adotem políticas preventivas, promovendo discussões sobre o tema e oferecendo suporte psicológico às vítimas e também aos agressores, que muitas vezes também enfrentam questões emocionais não resolvidas”, afirma a psicóloga.
Camila destaca ainda a importância de identificar os sinais de que uma criança está sofrendo bullying. “Alterações no comportamento, como queda no desempenho escolar, isolamento, irritabilidade e tristeza constante, podem ser sinais de que algo está errado. Os pais e professores devem estar atentos a essas mudanças e buscar ajuda imediatamente”, completa.
A diretora pedagógica Raquel Mazzaro, da unidade de Ilha Pura, no Rio de Janeiro, reforça que o combate ao bullying deve ser uma responsabilidade compartilhada entre a família e a escola. “Nós, como educadores, temos o dever de criar um ambiente acolhedor, onde cada aluno se sinta respeitado e valorizado. Na Legacy School, trabalhamos com a conscientização desde cedo, promovendo atividades que incentivam o respeito às diferenças e o diálogo entre os estudantes. Também oferecemos treinamentos para professores identificarem casos de bullying e agirem de forma preventiva”, explica Raquel.
Ela destaca que a escola não pode ser apenas um lugar de aprendizado acadêmico, mas também um espaço de formação cidadã. “Incentivar o diálogo, a empatia e a resolução pacífica de conflitos é fundamental para evitar o surgimento de comportamentos agressivos. As crianças precisam entender que as palavras e ações têm consequências, e que o respeito é a base de qualquer convivência saudável”, conclui.
Na Legacy School, o enfrentamento desse problema é fundamentado em três pilares essenciais: conscientização, mediação de conflitos e suporte psicológico. Essas ações visam não apenas resolver casos pontuais, mas também prevenir que comportamentos agressivos se perpetuem.
Raquel destaca algumas abordagens chave para esse momento:
- Conscientização: “Desde o início da jornada escolar, promovemos campanhas de conscientização sobre o bullying, ensinando os alunos a reconhecer comportamentos prejudiciais e a praticar o respeito às diferenças. Isso é feito por meio de palestras, workshops e atividades lúdicas que envolvem tanto os alunos quanto os pais, criando um entendimento coletivo da importância de uma convivência saudável”, explica Mazzaro.
- Mediação de Conflitos: “Implementamos um programa de mediação de conflitos, onde os próprios alunos são treinados para identificar e resolver pequenas desavenças, sempre com a supervisão de um adulto. Isso promove uma cultura de respeito e empatia. Além disso, nossos professores recebem treinamentos periódicos para intervir rapidamente em situações de conflito e evitar que elas se agravem para casos de bullying”, afirma. A ideia é empoderar os alunos e educadores para agirem como facilitadores de diálogo, reforçando a importância da comunicação não violenta.
- Suporte Psicológico: “O suporte psicológico é crucial para lidar com as vítimas e os agressores. Oferecemos atendimento contínuo com psicólogos especializados, que ajudam a restaurar o bem-estar emocional dos envolvidos. Não se trata apenas de punir o comportamento agressivo, mas de compreender suas causas e oferecer ajuda para que tanto as vítimas quanto os autores do bullying possam superar suas questões”, finaliza Raquel.
Publicado em 21/10/2024
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