Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é a terceira causa de morte no mundo, com registro de 3,23 milhões de óbitos em 2019. No Brasil, ela representa a quinta causa de morte em todas as idades e, entre 2010 e 2018, apresentou uma taxa de mortalidade anual de 51,5 a cada 100 mil habitantes. Dados estimados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia apontam que sete milhões de brasileiros sofrem com DPOC. Apenas 12% dos casos são diagnosticados e 18% destes seguem com tratamento. Entre 2017 e 2021, mais de 510 mil pessoas foram internadas por causa da doença.
Para alertar a população sobre a enfermidade, a terceira quarta-feira de novembro é sempre o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, que neste ano se dará no dia 20. Em Goiás, a data também é o Dia Estadual da Pessoa com DPOC. A pneumologista Fernanda Miranda, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica sobre ela. “A DPOC é uma doença evitável e tratável que causa falta de ar, produção crônica de expectoração e tosse. Atualmente uma das principais causas de morte em todo o mundo e é altamente prevalente na população em geral, particularmente em países com poucos recursos”.
Conheça a sua função pulmonar é o tema deste ano do Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. A especialista explica sobre ele. “A função pulmonar não é apenas um preditor da saúde pulmonar, mas também da nossa saúde geral. Até pequenos decréscimos na função pulmonar estão associados ao aumento do risco de morte por doenças respiratórias e não respiratórias. Medir a função pulmonar ao longo da vida pode proporcionar oportunidades para diagnóstico e intervenções terapêuticas imediatas”.
Espirometria
O principal exame para detectar a DPOC é a espirometria. Fernanda Miranda detalha como ele é. “Um exame simples e não invasivo que mede a capacidade e a eficiência do sistema respiratório. Ele avalia o volume de ar que uma pessoa consegue inspirar e expirar, além da velocidade com que o ar é expelido dos pulmões. A espirometria é fundamental para diagnosticar doenças pulmonares, como a DPOC e a asma, ajudando a determinar a gravidade e o controle da enfermidade”.
A realização dele também é simples. “No exame, o paciente sopra com força em um aparelho chamado espirômetro, que registra o fluxo e o volume de ar. Normalmente, é preciso realizar várias tentativas para garantir a precisão dos resultados. A espirometria é um procedimento de fácil acesso na maioria dos centros de saúde, sendo oferecida em clínicas, hospitais e consultórios especializados, especialmente nas áreas urbanas. Contudo, em locais mais remotos, pode ser mais difícil de encontrar, pois exige equipamento e treinamento específico para garantir que os resultados sejam precisos”, analisa a médica.
Segundo a especialista, a espirometria é indicada principalmente para avaliar e diagnosticar condições respiratórias que afetam a função pulmonar. Fernanda Miranda aponta as principais indicações:
Diagnóstico de Doenças Pulmonares: É essencial para identificar condições como: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, asma, fibrose pulmonar e outras doenças pulmonares.
Monitoramento de Doenças Respiratórias Crônicas: Permite acompanhar a progressão de doenças já diagnosticadas e ajustar tratamentos conforme necessário.
Acompanhamento em Programas de Reabilitação Pulmonar: A espirometria ajuda a verificar a eficácia das intervenções, como a fisioterapia respiratória, especialmente em pacientes com DPOC.
Avaliação Pré-operatória: Indicada antes de cirurgias de grande porte, principalmente em pacientes com histórico de problemas respiratórios, para avaliar o risco de complicações pós-operatórias.
Pneumologista Fernanda Miranda
Publicado em 18/11/2024
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