Folha de São Paulo – História por ANA BOTTALLO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com a estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) de quase 72 mil novos casos de câncer de próstata a cada ano para o triênio 2023-2025, é de se esperar que as orientações de especialistas sejam as mesmas que para outros tipos de tumores: quanto antes a detecção, maiores as chances de tratamento e, possivelmente, cura.
Só que tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, como nos Estados Unidos, não há indicação oficial para o chamado rastreamento do tumor de próstata nos homens.
A Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde publicou uma nota técnica no último dia 25 em que faz a recomendação pelo não rastreamento populacional do câncer de próstata. É importante destacar que essa recomendação não é nova, e o Ministério da Saúde já adota essa prática desde 2015.
Da mesma maneira, o CDC americano (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) não recomenda o rastreio de câncer de próstata em homens no país com o exame PSA.
A OMS (Organização Mundial da Saúde), por outro lado, adota uma posição em que reconhece que as barreiras para a implementação de um programa efetivo de rastreio são a alta frequência de tumores indolentes (que não evoluem clinicamente) conforme o aumento da idade e uma alta morbidade (danos à saúde, que podem ser incapacitantes) relacionada aos procedimentos utilizados para tratamento de câncer de próstata.