Martha Lopes
Até um ano, Theo era uma criança como todas as outras que sua mãe, Andréa Werner, conhecia. Levantava, sentava, falava “mamã” e “papá” e batia palminhas. No entanto, nessa idade, começou a desaprender algumas habilidades e se mostrar mais sério. “Ele também tinha uma mania de rodinha com tudo. Pegava os carrinhos, virava e ficava girando a rodinha sem parar. Na rua, parava carrinho de bebê para ver a roda”, conta.
Mais tarde, quando os pais o chamavam, Theo passou a não olhar. Para Andréa, o filho teria uma “personalidade difícil”. Mas, com um ano e 11 meses, ao ingressar na escola, as professoras notaram algo estranho. “Elas pediram uma avaliação neurológica, e foi então que recebi o diagnóstico de autismo”. A jornalista e escritora descreve esse momento como uma espécie de luto.
“Pega você totalmente de surpresa. É um luto do que você idealizou, do que você perdeu. A vida agora é outra, mas você tem que trocar o pneu do carro em movimento, não dá para ficar deitada chorando”
“É uma configuração cerebral, a maneira como aquele cérebro se desenvolveu, como uma área cerebral se conectou à outra, como cada neurônio se ligou ao outro. E, assim como essa configuração pode trazer dificuldades, pode trazer comportamentos vantajosos também”
Publicado em 12/09/2023